quarta-feira, 30 de abril de 2014

O desespero de um pai e uma mãe - e o amor pela filha...

Era meados de janeiro, em 2012. Ainda lembro o dia exato em que minha filha se queixou de dor. Constatei que ela estava muito quente. Parecia febre. Logo vieram os vômitos, as dores no corpo e a falta de ar. 

Preocupado à levei ao posto de saúde. Lá fizeram exame de sangue e mesmo sem o resultado, começaram  tratando como suspeita de dengue. Fiquei um pouco mais calmo, mesmo se tratando de uma doença tão grave como a dengue, minha filha 'tinha um diagnóstico' e logo voltaria para casa. A dengue quando tratada nos primeiros sintomas possibilita isso. Porém, passaram-se 21 dias de tratamento e os sintomas continuavam os mesmos. À esta altura eu e a minha esposa passávamos de hospitais em hospitais, postos de saúde e clínicas particulares, à procura de ajuda. Ninguém já não sabia ao certo o que nossa filhinha tinha. 

Então em um dia após essas idas e vindas ao hospital, minha esposa foi comprar uma medicação na farmácia e conversando com o farmacêutico, ela comentou o que estava acontecendo com nossa filha. Que já não sabia o que fazer nem qual hospital levá-la para avaliação. Já conhecia de cor aquelas avenidas que levava à todos os hospitais por ali. 

Então o farmacêutico de prontidão pediu para dar uma olhada nos exames. Com uma esperança brotando no peito minha esposa o entregou os exames e assim que ele bateu os olhos no raio x, disse que ela estava com Derrame Pleural. Para quem não sabe bem o que é isso, é quando o pulmão enche de água. É grave e precisa de tratamento. Ele a devolveu os exames e pediu que  levássemos a nossa filhinha para um hospital o mais rápido possível.

Hospital geral de Saracuruna, Caxias Rio de Janeiro, minha filha foi internada e passou a noite lá. Pela manhã o médico falou que ali não tinha condições de tratá-la. Ela teria que fazer uma punsão (que é a retirada do líquido do pulmão com uma seringa) e o risco de infecção era grande.. Não tinham estrutura para isso. Angustiados, vimos nossa filha ter alta. 

Liguei para minha mãe e contei a ela o que estava acontecendo. Ela trabalhava com um médico e quem sabe ele pudesse nos ajudar. Então ela conversou com ele e contou sobre nosso desespero, e ele pediu que levássemos nossa filha para o hospital em que ele trabalhava para que pudesse atendê-la. 

Hospital Gétulio Vargas, chegando  lá ela foi internada e finalmente foi feito a punsão. Resolvido o problema voltamos para casa esperançosos. Logo estaria tudo bem. Mas de madrugada ela começou a passar mal novamente. Meu Deus nunca me esqueço daquela noite. Tivemos que esperar até de manhã para voltarmos ao hospital e chegando lá, o médico fez um novo raio x. Viu que o pulmão dela tinha enchido novamente de água (o que não deveria acontecer) e foi feito uma nova punsão. Colhido a água levaram para exame para saber a causa do derrame pleural. Disseram que voltássemos para casa e retornássemos novamente no dia seguinte. 

No dia seguinte logo de manhã quando fomos atendidos, o médico resolveu consultar amigos também médicos para outras opiniões. O exame da água colhida na punsão não mostrava nada. Absolutamente nada. E assim passou o dia inteiro. Mais um dia e minha filha sofrendo.

No dia seguinte à encaminharam para o hospital Gaffrée Guinle, e com o encaminhamento e o nome de médicos à procurar em mãos, começou verdadeiramente a tortura. Chegamos no hospital bem cedo e minha filha já não andava mais. Fiquei perdido procurando os médicos indicados para ajudar, e ninguém sabia informar quem seriam esses médicos. Minha esposa entrou em uma sala para se informar e um médico residente falou pra ela que ali não era emergência, era um hospital Universitário e ninguém iria atende-la, que fosse procurar uma emergência. 

Então pensei, não podemos voltar pra casa. No corredor encontrei uma pessoa passando e ela falou que um dos médicos que procurava estava no 3º andar... mas como subir até lá? Minha filha já não andava sozinha. Coloquei-a em uma cadeira de rodas e fui. Consegui subir até o 3º andar e lá encontrei um dos médicos que procurava, era uma doutora. Ela olhou o encaminhamento e falou que não sabia de nada. 
Então eu vi a morte chegando pela primeira vez. Não tinha mais o que fazer, ela já não andava, respirava muito pouco, tinha muita febre e dor. Minha filha ia morrer. 

Vi saindo de uma sala um rapaz e do nada veio em minha direção, e me perguntou o que estava acontecendo. Expliquei tudo a ele e logo veio chegando uma outra doutora e ela disse que podia me ajudar. Então falei com ela e expliquei tudo desde o começo. Ela falou que só tinha um problema, teria que ter um prontuário para que fôssemos atendidos naquele hospital. Mais uma vez vi tudo acabar. Mas Deus estava com a gente, e como que por um milagre, esse desespero de agora só durou alguns minutos. Quando eu saia pelo corredor indo embora, a doutora  falou que poderia me ajudar adiantando uma consulta. Concordei, afinal era melhor que nada, mas àquela altura o que seria uma consulta a mais, minha filha já estava morrendo e não ia dar tempo.

Ela mandou que descêssemos para seu consultório que lá nos atenderia. Chegando lá, ela já estava na sala, peguei a bolsa de exames e a entreguei. Ela começou a olhar os exames e começou se interessar pelo caso - era professora em cirurgia torácica e eu leigo, não sabia com quem falava - depois de olhar todos os exames ela saiu. Depois de alguns minutos voltou e me disse que era para voltar no dia seguinte e ir direto aonde a encontrei, no 3º andar. Que não era pra ficar preocupado que iria deixar avisado para o médico que ia atender minha filha. 

Mas a minha preocupação não era essa, era se minha filha iria aguentar mais uma noite de tortura e sofrimento. Mas graças a Deus ela aguentou. E no dia seguinte voltando lá, fui até o andar que a doutora havia mandado e depois de um tempo de espera e angústia, o médico  - um anjo por sinal - chegou e fez a internação dela. Em seguida fez a punsão e retirou 1.6 lts de água do pulmão. Falou que dali a duas horas a gente podia ir embora e nessa de duas horas, passou-se a noite e no outro dia o pulmão da minha filha tava cheio de novo. 

Começaram a fazer exames e não entendiam porque o pulmão dela enchia tão rápido. Foram feitos mais três punsões e os exames não davam nada. Colocaram ela no isolamento com suspeita de Turberculose , a doutora que a atendeu no começo (a professora) resolveu fazer uma cirurgia para drenar o pulmão porque estava muito cheio. Feito a cirurgia retirou-se novamente mais 2,6 lts de água, e ela falou que em 25 anos de profissão fazendo cirurgias, nunca tinha visto aquilo. Tantas punsões e tanta água em tão pouco tempo. 
Ela viu linfomas no pulmão e deu 90% de chance de ser câncer, mas iria fazer biopsia para ter certeza . 
Agora tinha ferrado tudo de novo. O que fazer senão, esperar. Apenas. 

Nesse meio tempo ela foi transferida para a enfermaria da clínica médica . Começou mais uma guerra. Febre, vômitos e a dor, continuavam. Os mesmos sintomas e já tinham feito muitos exames e nada. Então o peito dela começou a inchar, o batimento cardíaco variava de 90 á 145, foi uma loucura sem saber o que estava acontecendo. Durante esse tempo ainda tinha que aguentar a má vontade de alguns enfermeiros(as) e médicos. E sem informação do que estava acontecendo e desesperado, cai na bobeira de conversar com a assistente social para pedir ajuda. Me arrependo até hoje, conversei com o inimigo. Ela procurou um dos médicos para falar que estávamos reclamando do atendimento dos médicos e dos enfermeiros(as). Nada a ver, eu só queria informações sobre a saúde da minha filha. Eu estava agora em um campo minado. Começou o tratamento com medicamentos fora de horário e errado varias vezes. Minha esposa teve que anotar o horário e os medicamentos para conseguir fazer o tratamento correto. 

Até agora ninguém sabia o que ela tinha, só tratavam os sintomas, tudo eram suspeitas apenas. E a cada dia ela piorava mais. Foi pro CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva) e passou uma semana lá, fizeram pesquisas e mais pesquisas e nada. Passaram-se dois meses e numa noite em especial ela havia inchado tanto que ficou deformada, teve parada cardíaca e respirava com muita dificuldade - estava morrendo - nesta noite uma enfermeira apareceu e passou a noite toda cuidando dela. Mais tarde eu saberia que essa enfermeira era na verdade Jesus Cristo. Pois minha esposa a procurou depois para agradecer e ninguém a conhecia por lá e nunca mais foi vista naquele hospital.  

Eu já estava cansado dessa luta, minha esposa esgotada também no limite, então pensei: Senhor, que seja feita então a sua vontade, eu realmente não aguento mais. Está entregue em suas mãos e eu vou aceitar a sua decisão. O seu poder seja glorificado. 
Então as coisas começaram a se resolver. Dez dias no CTI e ela saiu, voltou para a enfermaria. Mas em função de um derrame pericárdico e o coração grande, teria que fazer uma cirurgia. E no dia da cirurgia um médico pediu para que repetissem um exame mesmo com outros médicos contestando e o resultado do exame, deu que o coração dela estava normal. Sendo que ela já tinha sido internada com esse problema. Os médicos não entediam nada e para piorar, a doença que estava desencadeando tudo isso, ainda não tinha sido descoberta. 

Então, fizeram uma reunião para decidir o que iriam fazer com ela e o médico responsável chamou minha esposa e disse que já tinham feito tudo o que podiam, só restava agora a pulsoterapia (que é a administração de altas doses de medicamentos em um curto espaço de tempo), mas para isso ela teria que assinar um termo de responsabilidade porque minha filha poderia morrer durante o tratamento. Mas se ela não tomasse a medicação, morreria da doença do mesmo jeito. Assim foi feito a pulsoterapia. A residente que aplicou a medicação chorava, porque a chance de minha filha sobreviver àquilo era minima. E ninguém acreditava de fato que ela iria aguentar, por que já estava muito debilitada. 

Então como um pesadelo que finalmente chega ao fim, no dia seguinte à pulsoterapia o médico perguntou a minha filha se ela estava bem. E ela respondeu normalmente: 
- Tudo bem. Não estou sentindo nada, Dr.
Ele confirmou: Nada? 
E ela: Nada. 

A medicação não tinha dado nenhuma reação - que são muitas. Então foi feito mais duas pulsoterapias e depois de alguns dias com o diagnostico - Lupús Sistêmico, kikuchi- fujimoto e Nefrite grau 4 -, ela teve alta. Não tem nenhuma sequela exceto, que faz tratamento renal porque o Lupús passou a morar nos rins e mais algumas pulsoterapias. Apesar de tudo que ela e nós enfrentamos naqueles meses, hoje ela está bem. Que o meu Deus seja glorificado.
Se não fosse Ele (e todos os profissionais que cuidaram dela no hospital), tenho certeza que eu teria perdido minha filhinha.

Andressa e a equipe médica após alta - Hospital Universitário Gaffrée Guinle, Rj.
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Essa é uma história verídica contada por um leitor ao Reticências por e-mail. Foi editada por mim para facilitar a leitura. Se você gostou do texto e tem ou conhece alguma história emocionante e/ou de superação para contar, me envie. Será um prazer para mim e os leitores do Blog vê-la por aqui. Além de alguma maneira, poder ajudar outras pessoas.
Envie para: katti_martins@hotmail.com

sábado, 26 de abril de 2014

Assaltos no Brasil por região - Para rir.

ASSALTANTE BAIANO
Ô meu rei... ( pausa )
Isso é um assalto... ( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não..( outra pausa )
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado...
Vai passando a grana, bem devagarinho ( pausa pra pausa)
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado.
Não esquenta, meu irmãozinho, ( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada .

ASSALTANTE MINEIRO
Ô sô, prestenção
issé um assarto, uai.
Levantus braço e fica ketin quié mió procê.
Esse trem na minha mão tá chein de bala...
Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje.
Vai andando, uai ! Tá esperando o quê, sô?!

ASSALTANTE CARIOCA
Aí, perdeu, mermão
Seguiiiinnte, bicho
Tu te fu. Isso é um assalto .
Passa a grana e levanta os braços rapá .
Não fica de caô que eu te passo o cerol.....
Vai andando e se olhar pra tras vira presunto

ASSALTANTE PAULISTA
Pô, meu ...
Isso é um assalto, meu
Alevanta os braços, meu .
Passa a grana logo, meu
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra
comprar o ingresso do jogo do Corintian, meu . Pô, se manda, meu

ASSALTANTE GAÚCHO
O gurí, ficas atento
Báh, isso é um assalto
Levanta os braços e te aquieta, tchê !
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

ASSALTANTE DE BRASILIA
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Licenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, COFINS...


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Reviver você...

Nas poucas vezes que me permito pensar em você me sinto confusa. É como se uma onda de prazer e dor me invadisse ao mesmo tempo. Por inteira.
Até meu semblante muda me sinto vulnerável neste momento.
Quero te abraçar bem forte e me envolver em seus braços e ao mesmo tempo, quero te manter distante de mim. Por assim me sentir segura. Longe de você. Longe de nós dois. Longe de tudo que ainda te mantém vivo aqui dentro.

Tento ignorar esses pensamentos em função de tudo que deveria ter sido e não foi, mas parece tarde demais para fazer isso agora. Parece inútil na verdade. Eles vieram com uma intensidade absurda.

Não seria justo dizer que não penso em você com uma certa frequência - bem mais do que eu gostaria de fato. Penso em tudo que poderíamos ter vivido se eu fosse uma pessoa mais flexível e menos dramática. Se você fosse um homem menos orgulhoso e volátil.

Mas aceito o fato de ser tarde demais para pensar em tudo isso agora. Aceito que o tempo passa e as coisas mudam. Sentimentos e esperanças e mais um monte de coisas mudam. Por incrível que pareça não me culpo por nada. Faria tudo novamente quantas vezes sentisse vontade - contigo eu gostaria que tudo tivesse sido em dobro.

O que mais me deixa perplexa é o fato de nem ter durado tanto tempo. Nem ter existido tantos momentos. Nem ter sido tão intenso. E ainda assim, as lembranças insistirem em permanecer. Me fazendo revivê-las com a mesma sensação de tempos atrás... Quando tudo isso ainda fazia sentido para nós dois. 
Quando eu sabia exatamente onde poderia te encontrar. Quando enfim, ainda nos encontrávamos.

sábado, 19 de abril de 2014

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:
"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo...
Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. " A sua vida  não muda quando seu chefe muda, quando sua empresa muda, quando seus pais mudam, quando seu(a) namorado(a) muda. Sua vida muda.. quando VOCÊ muda!
Você é o único responsável por ela!

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A crise vem aí ...


Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente.
Ele não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia o melhor cachorro quente da região. Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando, e cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha.
Foi necessário também adquirir um fogão maior, para atender a grande quantidade de fregueses.
E o negócio prosperava e prosperava…
Seu cachorro quente era o melhor!

Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa e notou que o pai continuava com a vida de sempre vendendo, agradando e prosperando. Ele teve então, uma séria conversa com o pai:

- Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão? Não lê os jornais?
 - Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. Os Estados Unidos vai quebrar.

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou:
Bem, se meu filho que estudou economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e acha isto, então ele só pode estar com a razão!

Com medo da crise, o pai procurou um Fornecedor de pão mais barato (e é claro, pior ). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram também, piores). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas “providências” as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis. O negócio de cachorro quente, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor faculdade… quebrou.
O pai, triste, então falou para o filho:

- Você estava certo, meu filho. Nós estamos no meio de uma grande crise.
Comentou com os amigos, orgulhoso:
 - Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise…
Em outra esquina um vendedor de cachorro quente concorrente começou a aumentar enormemente sua clientela…

Moral da História: Uma pessoa começa a fracassar a partir do momento em que dá aos problemas uma importância maior do que eles realmente tem. O efeito psicológico de qualquer crise é sempre maior do que a própria crise. Portanto, conserve seu otimismo em qualquer situação.

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O texto original foi publicado em 24 de fevereiro de 1958 em um anúncio da Quaker State Metais Co. Em novembro de 1990 foi adaptado e divulgado pela agência ELLCE, de São Paulo.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Conheci o amor da minha vida - e o perdi.

Eu sou S., tenho 26 anos, trabalho com mercado financeiro e perdi meu namorado a 7 meses para uma leucemia. Perdi o homem da minha vida para um câncer. 

Em 2011 fui morar em BH a trabalho, e passava muito tempo em casa sozinha. Um dia conversando com uma amiga, papo vai papo vem ela me contou sobre um colega nosso de escola. Ele tinha descoberto que estava doente. Estava com LMA ( Leucemia Mieloide Aguda). 

Nunca tivemos muito contato na escola. Eu sempre certinha, achava ele tonto demais, bagunceiro demais, mulherengo demais. Nunca tivemos afinidade. Pelo menos não até aquele telefonema. Ele me contou que estava bem, estava super animado e confiante, que ia sair dessa e ia me convidar pra tomar um chopp para comemorarmos. Trocamos e-mail e começamos a nós falar diariamente, o dia todo. Ele reclamava do clima e da comida de hospital e eu reclamava por estar longe da minha família e dos meus amigos. Arrumamos algo em comum: A fome e a reclusão do mundo.

Como vinha para SP semanalmente, comecei a visita-lo no hospital. Depois de alguns meses não aguentando mais ficar longe de todo mundo voltei pra casa. Fiz as malas e vim embora. 
Felipe estava ainda em tratamento e não podia sair pra muitos lugares. Então passávamos a maior parte do tempo ou na minha casa ou na casa dele. Passávamos horas batendo papo, dormindo, rindo, comendo. Não tinha nada que eu fazia que não chamava a ele. Não tinha nada que ele fazia que não me chamava. Todo mundo começou a comentar, brincar que estávamos namorando específico. Acho que todo mundo percebeu antes mesmo de nós dois. 

Em março de 2012 depois de sessões pesadas de químios o Fe se internou para o transplante de medula. Foram longos dias sem visitas, sem notícias. Dias cheios de angústia. Quase surtei. Chorava, chorava e chorava. Até que um dia ele me mandou uma mensagem dizendo: Palhaça, a medula pegou! To salvo! Ganhei a vida de novo.

Depois de dias de angústia pude finalmente respirar de novo. Aos poucos fui tendo meu amigo de volta. As conversas, os filmes no sofá da sala, os restaurantes, as sessões de cinema, os bate papos. Éramos grudados, amigos inseparáveis. Até que no dia da formatura da minha irmã as coisas mudaram. 

Naquele baile, ele me tirou pra dançar. Aquelas luzes, os papéis caindo e ele comigo. Não poderia ter sido mais perfeito. Seus braços na minha cintura e os meus no pescoço dele, como num laço ou enforcamento desastrado, e eu não conseguia pensar em nada. Nada mesmo. Eu tava ali vivendo, dançando, olhando pra dentro dele e não pensava. Caiu a ficha! Não era só amizade! Impossível ser apenas amizade.

Era amor. O maior e mais bonito que já tive até hoje. Depois daquela noite foi que a coisa desandou. Foi tudo muito rápido e intenso. Passava mais tempo na casa dele do que na minha própria casa. Trocávamos centenas de mensagem por dia. Eu que nunca gosto muito de ninguém gostei tanto dele. Baixei a guarda, me entreguei de corpo e alma. Brigávamos muito muito muito. Mas sempre fazíamos as pazes. Pela primeira vez na vida eu senti a sensação de querer quem eu tinha. Eu o amava. Ele me amava. E apesar de um odiar o outro as vezes, o amor sempre falava mais alto. Seria tudo perfeito se a leucemia não tivesse voltado.

No final de 2012 notei o Fe calado, distante, irritado. Estava sempre cansado, irritado, nunca queria sair. Totalmente o oposto do cara que convivi por tantos meses. Tentei fazer com que ele me dissesse o que estava havendo mas foi inútil. Até que um dia ele me chamou pra conversar e disse q já não nós entendíamos muito bem é que achava melhor terminar nosso namoro para que não estragássemos a amizade. Fiquei devastada. Sem entender. Nossa brigas eram brigas normais. Não tinha motivos pra tudo aquilo. Pelo menos eu achava que não. Mas o Fe tinha. Ele estava doente de novo. E sabendo tudo que teria que passar novamente, terminou comigo pois não achava justo eu ter que sofrer com ele tudo que ele tinha que sofrer. 

Ele era obrigado a passar por tudo aquilo, mas eu não. Um dia deixei meu orgulho de lado e fui procurá-lo. Chegando na casa dele o encontrei aos prantos no quarto. Foi aí que ele me contou. Acho que por alguns segundo meu mundo saiu de órbita. Até digerir tudo aqui… Tive medo, pânico, pavor… Não sei explicar o nome do que senti. Engoli todo o desespero, o abracei e disse que ele não estava sozinho. Que ele querendo ou não, era do lado dele que eu ia ficar. Enfrentaríamos tudo juntos e ele iria ficar bom pra me levar pro altar. Porque era com ele que eu iria casar. 

Hospital Edmundo Vasconcelos. Ali virou nossa segunda casa. Quimioterapias, vômitos, náuseas, efeitos colaterais, dor, angústia, medo… Muita coisa ruim. Mas acho que nesse hospital foi onde aprendo o verdadeiro sentido da palavra amor. Nos dias "bons" riamos, dormíamos de conchinha, assistíamos filmes, batíamos papo. As vezes nem parecia um hospital. Nos dias ruins Fe nem acordava pra dar bom dia. A essa altura já tinha largado a faculdade e me dedicava apenas ao trabalho e ao Felipe. Era uma corrida contra o tempo. Precisávamos de um doador. Sem irmãos de mesmo pai e mãe, com a família pequena as chances eram mínimas. Não dava pra saber até quando o corpo dele ia aguentar as pesadas sessões de químios. Geralmente eram 30 dias internado e uma semana em casa pra recarregar as energias. A cada dia nos tornávamos mais próximos. Acho que depois do Felipe eu passei a acreditar em alma gêmea. Era incrível como ele me conhecia só de olhar.

Em um desses intervalos em casa, eu estava no trabalho quando a mãe dele me ligou gritando: tínhamos achado um doador. O Felipe estava salvo. Ia dar tudo certo. Estava acabando. Olha eu acho que nunca na minha vida me senti tão feliz. Meu peito parecia que ia explodir de gratidão de emoção de felicidade! Mas aí aparecem mil dúvidas: será que é mesmo compatível? Será que a pessoa vai querer doar? Será que vai dar tudo certo? Voltamos correndo pro hospital, dessa vez o São Camilo.

Começaram novas sessões de químios. Uma mais agressiva que a outra. Mas dessa vez tinha uma certeza: ia dar tudo certo. E deu. A medula era compatível, o doador aceitou doar, o transplante foi um sucesso. Depois do transplante é tudo muito sofrido e perigoso. A vulnerabilidade a infecções e bactérias é enorme. A pessoa sente dores terríveis, perde peso, sente náusea, tonturas, falta de apetite… O Fe superou tudo isso. Ele tinha vencido.

Um dias antes do meu aniversário (19/07) o Felipe teve alta. Ganhei um bolo surpresa. Tinham meus avós, meus pais, meus irmãos, minha sobrinha, meus grandes amigos e meu namorado BEM. Não tinha o que pedir na hora de apagar as velas. Estava feliz! Plenamente e completamente feliz. Acordei com café na cama e um beijo de bom dia. Infelizmente que felicidade durou pouco. Poucos dias depois o Fe começou a se sentir mau e teve que ser internado.

Não sei explicar, mas no dia que fomos para o hospital, mesmo ele estando clinicamente bem, eu sabia que ele não voltaria mais.

Foram 20 dias de internação! Os mais longos e mais sofridos. O Fe teve uma piorada rápida. A cada dia quebrei chegava lá ele parecia pior e pior. Ninguém sabia explicar como mas apesar do cuidado ele tinha contraído uma bactéria. Teve uma infecção generalizada. Comecei a ver meu amor indo embora. O desespero tomou conta de mim. É cortante não poder fazer nada para aliviar a dor de quem a gente ama. Depois de 3 dias aterrorizantes na UTI o Fe foi embora. 

É um momento que não separa ninguém por raça, sexo ou religião. Todo mundo sente o mesmo, seja dor ou impacto. Todo mundo sente. Aquele minúsculo milésimo de segundo que antecipa a pancada brusca que a gente recebe no coração. Foi assim que eu senti quando me disseram que ele tinha ido embora. 

Daquela noite de 20/08/2013 muito pouco me lembro. O que me lembro é que fiquei ali, até o último suspiro. Apesar de todo o pavor. Enfrentamos juntos. E eu morro de orgulho de ter sido a namorada do Felipe Ricardo Lopes. O ogro mais fofo e romântico que eu vi na vida. O coração maior e mais mole que eu pude conhecer. Eu cresci tanto com ele que não consigo mais voltar ao tamanho que tinha antes, como se eu estivesse fora do lugar, sabe? Sem ele eu sinto que não me encaixo mais na minha própria vida. Eu sei que um dias as coisas vão voltar ao “normal”. É só que o mundo com ele era mais seguro.

Não sei se ele soube, mas as minhas melhores ações são sobre ele – e que as minhas maiores confissões envolvem o que é nosso e o que ninguém mais sabe. Ele nunca soube mas ele me salvou de mim mesma. Eu sei o cheiro dele de cor e salteado. Eu sinto de vez em quando no meu quarto. Mesmo que ele não esteja aqui.

Nos falávamos do futuro como quem fala de um sonho bom. Juntei minhas vontades com as dele, e as transformamos em momentos perfeitos. Vai ficar guardado cada sorriso que trocamos. Vai ficar guardada cada saudade que não matamos… E se o presente fugiu dos nossos planos, eu pego o que passou e guardo num canto bonito do peito.
Ele é uma das histórias mais lindas que o meu coração tem pra contar…
                                                                   
                                                                            *** 
                       
Cuide bem do seu amor hoje. Porque o amanhã pode nunca chegar…
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Texto de uma leitora ao site Isabela Freitas.

sábado, 12 de abril de 2014

Apenas uma noite...


Não foi amor a primeira vista. Nem ao menos eu desejei tocá-lo naquele instante. Sabia que era muita areia pro meu caminhão. Era provavelmente o homem mais bonito da festa naquela noite e desde sempre, tenho me contentado tranquilamente em conhecer homens de aparência mais humilde. Sem tanta exuberância ou uma beleza que intimida as vezes.

Mas para a minha surpresa ele olhou para mim. Em meio à tantas outras mulheres ele olhou para mim. Justo para mim. Quero dizer, claro que retribui, é lógico.
Eu não estava bêbada, nem louca, nem delirando... mas duvidei de tudo isso naquele momento.

Algumas horas depois, foi quando finalmente ele me abordou. Assim que perguntou meu nome, decidimos sair dali para um lugar mais reservado a dois ou três metros distantes - o bar do hotel em que ele estava hospedado.

No bar, nos sentamos à uma distância mínima um do outro o que me permitiu até mesmo sentir seu cheiro. Pude perceber que além de bonito, ele parecia ser um homem de conteúdo. Provavelmente alguém que tomava whisky importado, colecionava algumas viagens na bagagem, e não devia ser o tipo de homem que dormia com qualquer mulher. Ao abrir a boca, percebi que eu estava certa.

Além de uma voz grave e densa, ele tinha algo a mais que me hipnotizava. A cada palavra que pronunciava aumentava mais minha vontade em beijá-lo. A forma como ele mexia as mãos e a intensidade com que dava ênfase à algumas palavras, despertava em mim algo inexplicável...Eu tinha decidido que aquela seria provavelmente, uma das melhores noites da minha vida - mais tarde perceberia que eu estava certa.

Seguidos de alguns drinques, conversamos por horas a fio. Parecia que já nos conhecíamos ha anos...

Até que finalmente me lembrei das horas. O dia já tinha amanhecido, o sol brilhava lá fora através das persianas do quarto. Olhei para o lado  na cama e o vi...ainda tinha o mesmo jeito hipnotizante da noite anterior. Não era sonho ou delírio, tinha sido real. Ele realmente estava ali...Comigo.

Neste momento me dei conta que se aproximava a hora de nos despedirmos. Não morávamos na mesma cidade e nem se quer à alguns quilômetros adiante. Ele estava no meu pais a trabalho e não sabia ao certo quando retornaria uma próxima vez. Nem se um dia, retornaria.

Eu sabia que em função disso, e tantas outras coisas, provavelmente não nos veríamos mais. Por mais que a gente quisesse havia uma distância extrema que nos separava. Fora tantas outras coisas que ele mesmo me contou na noite anterior (...).

Foi uma noite espetacular - ele disse afinal, me tirando enfim do meu devaneio. Anunciando o que eu não queria admitir. Era chegado a hora de nos despedirmos. Para sempre.
Foi uma noite espetacular. - concordei pensativa.

Não quis que trocássemos telefone em função do que eu já sabia. Dificilmente manteríamos contato. Mais cedo ou tarde ia acabar. Mesmo após algumas mensagens instantâneas ou ligações ainda que estendidas por algum tempo, ia acabar, isso era fato. E pra me prevenir de todo esse temor, decidi que não deveríamos nos falar mais. Guardaríamos aquela noite em nosso coração. Para sempre. 
E ele concordou.

O beijo foi demorado. O abraço longo, intenso e quente. 
Adeus - eu disse finalmente. 
Adeus - ele respondeu.

Entrei no táxi direto para a minha casa com uma sensação de que alguma parte importante de mim ficava para trás. Ao entrar no meu quarto, cai na cama lutando contra a vontade enorme de voltar àquele hotel e pedir que ele ficasse mais um pouco. Que me abraçasse de novo. 
Mas me controlei e admiti o que afinal eu já deveria saber: A despedida seria de qualquer maneira, inevitável. A distância nos separaria mais cedo ou tarde. Jamais daria certo. 

E assim adormeci. Pensando no fato de que era preferível que fosse especial pelo tempo que durou - apenas uma noite - do que prorrogar algo que já estava fadado ao fim.

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O texto acima não tem qualquer vínculo com a vida particular da autora.
É apenas fruto da sua imaginação.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Águia e a Galinha - Para refletir.

Um camponês foi à floresta vizinha apanhar um pássaro afim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas e ele cresceu como uma galinha.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.

O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas. Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais alto.Voou....voou.. e nunca mais retornou.

Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E até pensamos e agimos como se fôssemos efetivamente galinhas!Porém chega um momento na vida, que precisamos resgatar a águia que tem dentro de nós. É preciso ser águia. Abrir as asas e voar. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar. Pois é isso que diferencia os que vencem...dos que se lamentam.
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Extraído de um artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

À tal de 'pessoa certa'...

Olha, eu tô me cansando de te esperar viu. Tô me cansando de passar noites em claro pensando em você. Onde você poderia estar que eu não consigo te encontrar. Ou que você mesmo não consegue me encontrar.
Já fiz tudo que todo mundo fala quando se está esperando a tal 'pessoa certa'.. Já mudei meu visual sei lá quantas vezes, já sai com minhas amigas, já viajei pra diversos lugares diferentes, já experimentei mil coisas novas, já li 457 livros e já conheci várias pessoas erradas- e já aprendi as lições com cada uma, ou pelo menos acho que aprendi - e nada de você me achar. 
Nada de você me notar.

Podia simplesmente me encontrar numa esquina qualquer enquanto eu tomo meu café. Sei lá, se esbarrar em mim, pisar no meu pé, furar a fila na minha frente eu não ia te xingar. 
(Podia me pagar o café do dia seguinte e tudo ficaria bem..). 

Tô começando a cogitar a possibilidade de desistir de você. De não pensar mais em você e na sua existência. De imaginar a minha vida nos próximos 50 anos sozinha. Dormir e acordar sozinha. 
Tão deprimente pensar nisso, não gosto nem de imaginar. 

Eu sei que ando meio sentimental esses dias mas é que tenho pensado muito nessa possibilidade. De ter que viver meus próximos 50 anos sozinha. 
Sem casa grande, sem crianças correndo para lá e para cá, sem cachorro e sem você..

Eu posso comprar a casa, adotar o cachorro e ser mãe solteira. É uma possibilidade. 
Mas imaginar tudo isso sem você não tem a menor graça. Não seria a mesma coisa. 
Você deixaria tudo mais colorido, mais completo.

Tô te esperando para que possamos compartilhar momentos juntos. Coisas bobas juntos. 
E também crescer juntos. Mas se você demorar mais um pouco que seja, logo  vai me encontrar velhinha e ai não vai haver  muito mais por onde a gente possa crescer. 
E ai só vai te restar que cuide de mim (...).

E também que aguente o meu mau humor insuportável e a minha aspereza por ter te esperado tanto tempo "em vão"...

Tal de pessoa certa...Se quiser me encontrar, já pode. 


quarta-feira, 2 de abril de 2014

O cavalo e o Fazendeiro - Para Refletir.

Um dia, o cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.

Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o cavalo estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o animal.

Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço. O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente.

Porém, para surpresa de todos, o cavalo aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu.

A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela.
Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”. - Dom Hélder Câmara


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