segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Queria ser capaz de te ignorar...

Como eu gostaria de ser capaz de te ignorar... Visualizar sua msg e fechar a janelinha, como num passe de mágica, sem trabalho nenhum de responder qualquer que fosse o que você tivesse dito - e sem peso na consciência depois.

Eu gostaria de ser fria o suficiente pra te ignorar não somente no WhatsApp. Queria te ignorar sempre que me procurasse pessoalmente, querendo me ver. Queria olhar bem no fundo dos seus olhos verdes e dizer o quanto você não tem mais valor nenhum para mim. Que eu te desprezo e não sinto nada por você, que do seu amor eu estou curada!

Como eu gostaria de olhar as suas fotos e não sentir a sua 'falta'. Olhar suas redes sociais e não sentir ciumes, passar sozinha pelos lugares onde vamos juntos de vez em quando e não desejar estar com você, sempre. Sentir o seu perfume na rua e não querer te abraçar. Eu só queria ser forte o suficiente para esquecer a sua existência. Conseguir me envolver sem culpa com outras pessoas sabendo que você pouco importa com isso, que na verdade até torce para que eu encontre alguém que goste de mim de verdade. Que eu mereço isso.

No entanto eu ainda não sou tão forte, ainda não consigo te ignorar. Apenas torço em silêncio para que nessas voltas que a vida dá, eu realmente conheça alguém que goste de mim, de verdade, do jeitinho que eu mereço como você diz. E nem é pra me vingar ou esfregar na sua cara, mas porque eu realmente mereço, porque eu realmente tenho o meu valor. Eu só preciso me convencer disso.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Maldito bendito orgulho...

E então eu digitei apressadamente aquela mensagem mas antes de te enviar meu orgulho falou mais alto, mais uma vez, e eu consegui evitar uma tragédia iminente. Enviar aquela mensagem a você naquele momento despejaria por água abaixo meses e meses de muito trabalho da minha parte. Meses tentando manter uma imagem de mulher forte e independente que já te esqueceu. Meses de choro engolido e maquiagem intacta, mas por dentro um coração aos pedaços. Pouco importa. O que importa mesmo é que pra você e pra todo mundo eu saí daquele relacionamento com a cabeça erguida. "Sem choro", "sem lamúrias", sem humilhação.

Eu te amava e embora nunca tivesse dito a você, ninguém podia duvidar. Confesso que perdi meu chão quando você anunciou o fim, que pra você nossa história tinha acabado e pra piorar tudo não quis me dar qualquer explicação. Tentei conversar mas você permaneceu firme. Disse apenas que não gostava mais de mim, que não estava conseguindo mais viver ao meu lado. Pegou suas coisas e saiu, fechando a porta atrás de si e deixando dentro daquela sala enorme, um vão estrondoso que eu sabia que jamais seria preenchido novamente.

Os dias que se seguiram passavam numa calmaria aterrorizante, talvez pela urgência que eu sentia em te esquecer. A dor era quase insuportável mas eu me mantive firme, da porta pra fora não desci do salto em nenhum momento. Eu não quis ser hipócrita quanto ao que estava sentindo, mas tinha uma necessidade sobrenatural de mostrar pra você que eu estava bem. Que você não fazia a menor falta na minha vida. Que eu podia viver muito bem sem você.

Mas hoje, todo o choro que eu consegui reter por todo esse tempo, ameaçou explodir meu peito com força total. Como uma represa cheia de água que do nada se rompe e vai invadindo tudo que encontra pela frente sem piedade. Eu desabei. E por alguns minutos chorei tudo que não chorava a vida inteira e me arrependi amargamente por não ter sido a pessoa que você esperava que eu fosse! Humildemente admiti que não fui companheira quando você precisou de mim. Me arrependi por ter sido tão egoísta e negligente. E por fim, por não ser capaz de dizer tudo isso à você, antes, quando eu ainda podia fazê-lo e agora, por assim escolher não fazê-lo.


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