quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Coração em súplicas...

Eu olho a sua foto e examino você. Procuro pacientemente por qualquer indício que explique o fato de eu me encontrar tão apaixonada por você agora. A ponto de perder o resto da minha dignidade correndo atrás de você, feito uma louca desvairada sem amor-próprio. Logo eu,  que sempre fui tão exigente e escolhi tão friamente com quem me envolver...

Eu, que sempre escolhi ficar com alguém baseada exclusivamente nos critérios que eu julgava aceitáveis, olho para mim agora e não me reconheço. Estou louca por você. E sinto vergonha de mim mesma em admitir isso, porque você, você é o oposto de tudo aquilo que eu julgava aceitável.
Como pude ser tão estúpida! Simplesmente não existe explicação.

Mas o que mais me assusta não é isso. É que mesmo consciente de tudo isso eu continuo querendo você. Eu quero você! Eu te quero mesmo sabendo de todos os seus defeitos, inclusive os mais inaceitáveis da minha lista imaginária - você tem todos eles e eu quero você mais do que eu já quis qualquer coisa nessa vida, mais do que eu jamais quis qualquer pessoa nesse mundo.

E eu não posso ter você. 
Porque você... não me quer. Simples assim! Você não me quer.
É irônico e dói admitir, mas é a verdade e eu preciso dela para me libertar. Preciso enfiar na minha cabeça que você não gosta de mim e parar de perseguir você. De uma vez por todas.

Mas parece que por mais que tudo isso seja motivo suficiente para eu esquecer você e, quanto mais eu me esforço para isso, mais eu desejo estar contigo... Mais eu quero você...Mais eu sinto a sua falta.
E mais inalcançável você se torna para mim.


sábado, 1 de agosto de 2015

Para o amor não existem regras...


Certa vez conheci uma mulher na balada. Vestido curto, tatuagem no ombro, batom vermelho e o copo de bebida na mão. Sabe aquele olhar de mulher safada? Aquela que você olha e já sabe bem o que ela veio fazer ali. Essa tinha exatamente esse olhar, o que para mim era perfeito, já que eu havia saído de casa naquela noite com o mesmo objetivo. Formulei algo engraçado para dizer na primeira abordagem. Ela sorriu. Conversamos por alguns minutos até que veio o convite para dançar. Mal sabia ela que eu era simplesmente irresistível nesse quesito. 

Depois de um ou dois copos aconteceu então o primeiro beijo. E que beijo! Tem gente que beija com a intensidade de quem faz compras de verduras no supermercado. Já outros são como um adolescente escolhendo o seu primeiro carro. Definitivamente ela era desse segundo grupo. Acreditem em mim, o beijo foi surreal. Daqueles com direito a mordida no lábio, puxão de cabelo, mão por dentro da camisa e lambida na orelha. De duas uma: ou eu era naquela noite o homem mais gostoso do universo ou aquela mulher tinha bebido o triplo do que eu bebi na minha vida inteira. Foi impossível parar de beijá-la durante toda a noite. 

Quando fui deixá-la em casa e me perguntou se gostaria de entrar eu não pensei duas vezes. Sim, foi sexo no primeiro encontro. A melhor noite de sexo da minha vida. Foi aí que descobri que o forte dela não era o beijo. Haviam habilidades ainda maiores. O sol chegou e nós ainda não tínhamos dormido. A vida correndo lá fora e eu ali ofegante, com aquela estranha deitada em meus braços. Antes de me despedir trocamos números de celular por mera formalidade. Todo mundo sabe que casais que vão para cama no primeiro encontro não tem como darem certo. Sabe, talvez se tivéssemos ido mais devagar as coisas poderiam ter sido diferentes. Quem sabe?

Muitos anos já se passaram e aquela noite ainda não saiu da minha cabeça. Curioso como algumas pessoas passam pela nossa vida e nem se dão conta de que deixaram marcas profundas. Eu nunca mais vi a minha professora do primário, nem a minha namoradinha do curso de inglês, mas, a mulher que conheci naquela noite, nunca mais saiu da minha mente. Agora mesmo ela está ali na cozinha, preparando a lancheira que o nosso filho caçula leva para a escola. Depois vai vir aqui no escritório me dar um beijo igual àquele que ganhei na boate tempos atrás. De noite repetiremos mais uma vez nosso sexo selvagem. 

Não é de se espantar? A moça do vestido curto se tornou a mulher da minha vida. Eu não sei bem como vai acontecer com você. Se vai conhecer seu grande amor na fila do pão, na sua festa de formatura ou no acampamento da igreja. Eu não sei se vão se beijar no primeiro encontro ou se farão sexo só depois do casamento. O que eu sei é que não existe regra para tudo isso dar certo. Vejam vocês a minha história. A mãe dos meus filhos gosta de beber, tem tatuagem e é uma depravada na cama. Ao mesmo tempo é uma mãe incrível e uma esposa fiel, carinhosa e companheira. Nossa sociedade é mesmo repleta de normas e rótulos, felizmente a maioria deles não funciona o tempo todo.


Autor desconhecido.
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