quarta-feira, 25 de junho de 2014

Maldito bendito passado...

Tenho uma estranha mania por vangloriar o meu passado. Um estranho apego pela época que já se passou, pelo tempo que não volta mais. Sempre acho que fui mais feliz há 5 anos, há 3 anos, há um ano atrás. Não sei porque, mas tenho certeza absoluta que eu fui mais feliz "naquela época" do que sou hoje.

Da mesma maneira, sempre acho que eu era mais inteligente, mais disposta, mais confiante, mais flexível, mais paciente, mais bonita, mais iluminada - sempre mais, nunca menos. Talvez por isso vivo com o olhar perdido, sempre revivendo alguma coisa. Parece que vivo presa em algum lugar - ou em lugar nenhum na verdade.  

Por causa disso, tenho consciência que não vivo meu presente em toda a sua totalidade. Simplesmente não consigo fazer isso. Vivo com um olho aqui e outro no passado, um pé aqui e o corpo todo no passado para ser franca. 

Naquela época, tudo fluía com tanta facilidade. Eu era mais jovem e tinha mais garra perante a vida. Hoje ando muito exausta. Sinto que estou realmente "envelhecida".

Não que eu queira voltar àquele tempo e vivê-lo novamente se fosse possível. Sei que apesar das glórias que o dou, não eram assim só flores, tive lá minhas desavenças com o destino naquela época tanto quanto tenho hoje, porém, de alguma maneira eu sabia como driblar aquelas situações. Eu tinha mais domínio da minha vida, parece que meus objetivos eram mais claros e eu tinha mais certeza de mim mesma e o que me fazia feliz. E lutava com fervor para isso, para ser feliz.

Acredito que no fundo, eu queira mesmo não é voltar no tempo, mas que aquele tempo tivesse permanecido. Que aquelas pessoas, aqueles momentos de felicidade que vivi com tanto prazer, tivessem me acompanhado não apenas em lembranças, mas persistissem até hoje com a mesma intensidade. 

Desta maneira, ainda que eu não tenha tanta certeza do quanto eu sou feliz hoje, gostaria que algo deste presente permanecesse comigo. Não ficasse para trás como tantos outros que lembro. Para não haver necessidade de daqui à cinco anos eu o reviver, lamentando o quanto eu era mais feliz. Como estou fazendo agora, como acabei de fazer há dois minutos atrás.


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