sexta-feira, 20 de junho de 2014

Quando a gente finalmente esquece...

Depois que finalmente o tempo passou eu lembro de você e não sei exatamente como definir o que sinto. Não sei se sinto saudade  - da nossa amizade, do companheirismo, das vezes em que eu tinha certeza que amava você - ou se sinto alívio. Talvez um pouco de remorso, ou tristeza sei lá, como disse, não sei definir o que eu sinto por você. Só tenho certeza que acabou e que não me faz mais falta. Não dói mais e nem sinto falta. Nem desprezo, nem indiferença, nem raiva ou amor. Talvez eu não sinta nada.

Lembro das vezes em que a gente conversava por horas pelo telefone ou internet e, sinceramente, não sei onde encontrávamos tanto assunto, tanta coisa pra falar. Nem com minhas amigas mais próximas eu conversava tanto já com você, se falássemos menos que uma hora em uma determinada ligação, algo estaria errado. E as vezes por causa disso, depois que desligávamos o telefone eu perdia o sono perturbada pelo medo de perder você. 

Lembro da raiva que eu sentia quando por algum motivo insignificante você não retornava minhas ligações. Ou não respondia alguma mensagem minha ou quando falava comigo por entre os dentes ou em meias palavras. Naquele momento eu odiava você.
E do quanto eu me sentia deslocada quando por alguns dias, nós não nos falávamos. Me sentia desprotegida, desamparada em meio à sua "covardia" e necessidade de me atingir. Parece que adorava me testar para saber até onde eu iria por você - e eu ia longe hein.

Lembro de todas as vezes em que meu primeiro pensamento do dia era você. E de quando eu pensava que me casaria contigo. E até daquela vez em que te enviei uma foto de um garotinho e dizia que se tivéssemos um filhinho ele seria daquele jeito. Você nem respondeu nada. 
Ainda sim, eu amava você. E queria ficar contigo para o resto da minha vida com todos os seus defeitos e seu mau humor insuportável, era contigo que eu queria ficar.

Você nunca dizia se me incluía em seus planos. Nunca fazia planos comigo para ser sincera. Era sempre eu que imaginava tudo. Sempre eu que enchia de florzinhas meu conto de fadas perfeito. Sempre eu que te ligava depois de uma briga, que te enviava presentes, te fazia surpresas, e falava sobre sentimentos. Sempre eu que registrava as fotos dos nossos melhores momentos juntos...

E olha só pra gente agora. Eu nem sei mais quem é você. 
Para quem não podia passar um dia sem ouvir a sua voz, hoje eu nem a reconheceria se por um acaso  meu telefone tocasse e fosse você. Acho que finalmente chegamos naquele ponto em que eu tanto temia e falava para você: Quando o número do telefone permanece na agenda do celular, mas não se sabe mais, exatamente, "de quem é".

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